domingo, 14 de junho de 2009

discussão... pag. 88-89

Os dentes multirradiculados obturados pela técnica à vácuo foram avaliados para infiltração de azul de metileno após diafanização. Esta técnica foi escolhida para estes dentes, devido à dificuldade de se obter o seccionamento longitudinal de suas raízes. Assim, a diafanização se mostrou uma técnica de mais fácil realização. Uma vantagem é que pudemos verificar a capacidade que teve o material obturador (pasta zinco-enólica) de preencher todo o SCR, inclusive ramificações as mais diversas tais como canais reticulados e deltas apicais.

A complexa anatomia do SCR dos dentes multirradiculares ficou evidenciada, bem como a capacidade da técnica à vácuo e pasta Lysanda em obturar mesmo dentes com curvaturas extremas.

Portmann & Lussi (1994) relataram que, com uma técnica de obturação à vácuo e utilizando AH26 como material obturador, foram capazes de obter uma obturação mais hermética que através de técnicas instrumentais (condensação lateral de cone de guta percha padronizado e cimento AH26), quando avaliados pela infiltração de corante (tinta nanquim). A inserção de um cone de guta percha dentro do canal preenchido pelo cimento foi recomendada, pelos autores, para formar um canal dentro do material obturador para uma posterior entrada no canal se necessário (Lussi et al., 1995; Lussi et al., 1997; Lussi et al., 2000).

Segundo Lussi e colaboradores (1997), a aplicação de vácuo (pressão reduzida) no interior do canal radicular em pacientes não provocou sensação de desconforto. Lussi (2000) relatou que a realização de obturação à vácuo em mais de 300 casos clínicos resultou em sucesso e sem efeitos indesejávies.

Lussi, Imwinkelried & Stich (1999) demosntraram, in vitro, que a técnica de obturação à vácuo (non-instrumentation technique - NIT) poderia ser utilizada com diversos cimentos de canais radiculares comumente usados clinicamente, entre eles AH26, AH PLUS, Pulp Canal Sealer e Apexit (comunicação pessoal - prof. Adrian Lussi).

Nossos resultados são difíceis de comparar diretamente com os da equipe do prof. Adrian Lussi devido às diferenças entre os materiais empregados. Sem perder de vista estas limitações, nossos resultados foram similares aos relatados por estes autores.

O desenvolvimento ou seleção, dentre o arsenal já existente, de um material obturador que preencha todos os requisitos de um material obturador idela e que possa ser aplicado por esta técnica nos parece um caminho possível, que exige, no entanto, estudos posteriores.

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